quinta-feira, outubro 26

José Mario Branco

Ontem vinha a ouvir rádio de volta a casa depois do trabalho e começou uma música que me emocionou. José Mário Branco - "Quando eu fôr grande(carta aos meus netos)".
Nem sei porquê. Por tudo e por nada.
Talvez estivesse cansada, fim de dia.
A letra é belíssima.
Mas pus-me a pensar e o pensamento foi dar à grande, grande admiração que tenho por este GRANDE cantor, compositor, pensador, combatente. Dei por mim a pensar que é realmente o último grande cantor de Abril, mas mais do que isso, continua a cantar, a compor, a pensar e a combater nos tempos de hoje. Se não fôr este "velhote", que ainda luta por ideiais e que manda umas bocas incómodas, quem?
"Quando eu for grande quero ser
Um bichinho pequenino
P'ra me poder aquecer
Na mão de qualquer menino
Quando eu for grande quero ser
Mais pequeno que uma noz
P'ra tudo o que eu sou caber
Na mão de qualquer de vós
Quando eu for grande quero ser
Uma laje de granito
Tudo em mim se pode erguer
Quando me pisam não grito
Quando eu for grande quero ser
Uma pedra do asfalto
O que lá estou a fazer
Só se nota quando falto
Quando eu for grande quero ser
Ponte de uma a outra margem
Para unir sem escolher
E servir só de passagem
Quando eu for grande quero ser
Como o rio dessa ponte
Nunca parar de correr
Sem nunca esquecer a fonte
Quando eu for grande quero ser
Um bichinho pequenino
Quando eu for grande quero ser
Mais pequeno que uma noz
Quando eu for grande quero ser
Uma laje de granito
Quando eu for grande quero ser
Uma pedra do asfalto
Quando eu for grande...
Quando eu for grande...
Quando eu for grande quero ter
O tamanho que não tenho
P'ra nunca deixar de ser
Do meu exacto tamanho"

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